Na manhã desta quarta-feira, 29, a Polícia Civil e o MPE fecharam a Câmara de Dianópolis para apreender balancetes e atas de sessão. A ação é resultado de uma denúncia, feita ano passado pelo então vereador Hagahus Neto (PSD), que envolve suposto uso indevido de diárias.
Foto: Monik Hellen
Câmara foi fechada na manhã desta quarta, 29, pela polícia e MPEA Polícia Civil juntamente com a Promotoria Criminal apreenderam na manhã desta quarta, 29, na Câmara Municipal de Dianópolis cópias de balancetes e atas de sessão. Segundo o promotor Luiz Francisco de Oliveira, o objetivo da ação é verificar o suposto uso indevido de diárias pelos vereadores Rafael Campos Almeida, Elaci Silva , Ferdinando Carvalho Bonfim, Regis Melo e o presidente da câmara, Osvaldo Baratins.
A denúncia ao Ministério Público foi feita no ano passado pelo então vereador Hagahus Neto (PSD) que informou que o carro oficial da Câmara e as diárias estavam sendo usados de forma indevida. “ A denúncia foi feita ano passado por um vereador e agora estamos colhendo documentos para que elas seja comprovadas”, informou o promotor.
Ainda conforme informações do promotor, em 30 dias deve ser concluída as investigações. “O delegado titular responsável pelo caso será Dr. Guilherme Rocha Martins de Gurupi. Se forem provada essas irregularidades os cinco vereadores envolvidos responderão por crime de formação de quadrilha”, informou.
O autor da denúncia, vereador Hagahus, informou ao Site Roberta Tum que a investigação acontece desde o ano passado e destacou que não é fácil denunciar companheiros. “O que estimulou a investigação e a denúncia foi o meu trabalho. Ano passado tivemos as provas e oferecemos a denúncia”, informou o vereador que destacou a importância do trabalho sigiloso ao lado do promotor Luiz Francisco de Oliveira e do delegado Guilherme Rocha. “O trabalho junto ao judiciário foi fundamental para o sucesso das investigações”, destacou.
O vereador informou ainda que os vereadores acusados utilizaram a máquina pública para benefício próprio. “Caso a denúncia seja acatada pelo Ministério Público, os vereadores podem responder por improbidade administrativa, formação de quadrilha, peculato, entre outros crimes”, informou Hagahus Neto.
A ação da Polícia Civil teve início às 8h20 da manhã e conta com a participação de 10 agentes, dois delegados, um de Gurupi e um de Dianópolis e o promotor Criminal. O Site RT tenta contato com a Câmara Municipal para saber mais informações, mas até o momento apenas uma funcionária que preferiu não se identificar informou que a polícia está no local e o “clima está tenso”.
Buscas
As buscas no interior da Câmara têm por objetivo verificar se é necessário apreender portarias de concessão de diárias, livros de registros de Portarias da Câmara, balancetes, cópias de Atas, fichas contendo o cadastro funcional, e demais documentos inerentes ao interesse das investigações.
“O balanço prévio realizado em um ano aponta que a Câmara de Dianópolis já utilizou mais de R$ 50 mil em diárias. Um dos vereadores investigado ganhou, em apenas um ano, o montante de R$ 16.800,00”, acrescentou Guilherme.
Inelegibilidade
O Promotor de Justiça afirmou que certas ações da polícia são necessárias para elucidar inquéritos investigatórios e que as provas servirão tanto para a defesa como para a acusação. Segundo ele, os vereadores envolvidos no caso poderão sofrer além da Pena criminal, inelegibilidade por 8 anos.
Entenda
A ação desta quarta foi deflagrada para o cumprimento do Mandando de Busca e Apreensão, expedido pelo juiz de direito titular da Vara Criminal de Dianópolis.
A Câmara de Dianópolis está sendo investigada há mais de um ano pela Polícia Civil, por requisição do Ministério Público local, e de acordo com o delegado que preside o inquérito, delegado adjunto da 1ª Delegacia de Polícia de Gurupi, Guilherme Rocha Martins, as investigações apontam que dos nove vereadores municipais, pelo menos a metade deles está envolvido com o crime de Peculato, que é desvio de verba pública, corrupção passiva e formação de quadrilha.
Primeira operação
Ano passado, também no mês de fevereiro, numa ação cinematográfica que parou a cidade de Dianópolis, o promotor Rodrigo Vargas acompanhou cumprimento de mandado de busca e apreensão contra o presidente da Câmara, vereador Osvaldo Baratins (PMDB), o ex-presidente, Régis Melo e os vereadores Rafael Campos Almeida, Ferdinando Carvalho Bonfim e Elaci Silva de Oliveira Guimarães.
O mandado foi concedido pelo juiz de direito Ciro Rosa de Oliveira, a pedido do Ministério Público, também por causa da denúncia do vereador Hagaús Neto. Na ocasião, os computadores e documentos requisitados foram entregues ao Ministério Público. (Com informações da Ascom/ SSP)
Fonte: Roberta Tum
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