Foto: Marcelo de Deus
Daianne Fernandes
O
III Encontro Estadual do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos
Agrotóxicos foi aberto com a fala de produtores locais, que convocaram a
população a deixar sua zona de conforto e se informar sobre como os
agrotóxicos são prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.
Realizado
na sede do Ministério Público Estadual (MPE) em Palmas, o encontro
apresentou dados e pesquisas que comprovam a gravidade do uso
indiscriminado desses produtos. Para o Procurador de Justiça do MPE e
coordenador do Fórum, José Maria da Silva Júnior, o objetivo do evento é
conscientizar a sociedade e, a partir dessas pesquisas, subsidiar ações
estratégicas e o envolvimento direto da sociedade nesse combate.
O
Procurador do Trabalho e Presidente do Fórum Nacional de Combate aos
Impactos dos Agrotóxicos, Pedro Serafim, também destacou a importância
do envolvimento da sociedade. Explicou que não existe uso seguro para
agrotóxicos, nem para o trabalhador, nem para a sociedade em geral. “Os
agrotóxicos hoje estão na nossa mesa. Então, esse problema diz respeito
ao campo e à cidade, tornando-se um tema diretamente ligado à nossa
segurança alimentar. Além disso, há o problema da contaminação da água, o
que só reforça a ideia de que esse é um problema que diz respeito à
vida de todos”, disse.
O
Procurador da República no Mato Grosso do Sul, Marco Antônio Delfino,
também destacou que a legislação brasileira não pode retroceder neste
aspecto. Para ele, é preciso proibir o uso dos produtos que têm,
comprovadamente, potencial para provocar câncer, mutações e má formação
de fetos, ou agrotóxicos como os neonicotinoides, sob suspeita de serem
nocivos para abelhas, já proibidos pela União Europeia.
Outra
abordagem foi realizada pela Promotora de Justiça de Santa Catarina,
Greicia Malheiros, que mostrou o trabalho de análise de resíduos de
agrotóxicos em produtos vegetais e animais. Também apontou como o Código
de Defesa do Consumidor pode ser aplicado para garantir a segurança da
alimentação do consumidor, que deve se envolver nesta discussão e cobrar
informações claras sobre como o alimento que está utilizando é
produzido.
Os
temas abordados prenderam o público por todo o dia. Um auditório cheio
ainda acompanhou pesquisadoras da Universidade Federal do Tocantins na
apresentação dos dados sobre os impactos dos agrotóxicos no Cerrado
tocantinense, destacando que os pesticidas matam plantas e, a longo
prazo, podem levar espécies à extinção.
Larissa
Lombardi, professora doutora da Universidade de São Paulo (USP),
apresentou um Atlas da geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e
conexões com a União Europeia. Oficinas ainda abordaram os impactos dos
agrotóxicos na saúde humana, a análise de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos e na água e o desafio da produção agrícola sustentável para o
mercado tocantinense.
Assessoria de Comunicação do MPE-TO
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